sábado, 9 de abril de 2011

Que Deus nos proteja...

A
o criar esse espaço virtual, vislumbrei a possibilidade de ele se tornar um “palco” às discussões sociais, principalmente. Entretanto, há momentos como esse, onde a discussão torna-se tão necessária quanto o próprio silêncio. A recente tragédia acontecida em Realengo, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, quando um rapaz adentrou armado na escola pública Tasso da Silveira, e proferiu disparos nos alunos, levando muitos deles ao óbito, urge por um debate corajoso e sem demagogias, por toda a sociedade. No entanto, nesse momento, apenas, só consigo pensar nessas crianças cujas vidas foram ceifadas, tão precocemente, assim como na dor e na tristeza de seus pais, cujas faces, retorcidas pela dor, demonstravam o tamanho do sofrimento que carregavam em seus corações. Diante daquele cenário de “guerra” e consternação, como mãe, chorei a dor daquelas mulheres que, subitamente, tiveram seus filhos amados arrancados de suas vidas.
Especialistas, jornalistas e a própria sociedade, estão atônitos à procura de indícios que possam levar a qualquer elucidação plausível, no intuito de tentar entender algo dessa magnitude. Contudo, as perguntas que ficam são as seguintes: poderia ter sido evitado? Essa tragédia teria sido anunciada de alguma forma? Como vamos nos comportar diante de pessoas com “aparentes” transtornos sociais? O bullying foi um fator determinante?  Diante dessas questões, concordo inteiramente com o antropólogo Roberto Albergaria que, em entrevista ao Terra Magazine,  afirmou que a mídia e a sociedade brasileira desejavam o impossível, ao buscarem explicações para um “desvario sem significado”. Segundo ele, o que Wellington Menezes praticou foi o que os estudos franceses chamam de “violência pós-moderna”, caracterizada por uma ruptura irracional, sem explicação.
 O fato é que esse surto psicótico, potencializado por algo que foge à nossa compreensão, não poderia ser detido, pois ao que tudo indica aquele sujeito estava decidido a matar, e mesmo que fosse detido, num primeiro momento, ele, provavelmente, escolheria outra ocasião para efetuar o massacre aos estudantes - na hora da saída ou da entrada -, ao que se conclui ao assistir as imagens, de frieza e determinação, do assassino, mostradas à exaustão pelos programas de televisão. É impossível a previsibilidade na maioria dos casos. Visto que países como os Estados Unidos, Alemanha e até a China, onde o controle é rígido, no entanto, tragédias semelhantes não puderam ser evitadas.  
Diante dessa constatação, o silêncio convoca a uma profunda reflexão. Nele elevo minhas preces a Deus, e mesmo sem entender, jamais, tanta loucura e crueldade aglutinadas, peço a Ele que de forças àqueles que presenciaram tamanha barbárie, para que possam se recuperar emocionalmente, para dessa forma prosseguirem suas vidas; que os pais encontrem conforto nos amigos e entes queridos que ficaram, e que Ele proteja a todos nós, principalmente os nossos amados filhos, que estudam, trabalham e que, eventualmente, ganham a noite nos finais de semana, para se divertirem junto aos seus amigos; ações normais para jovens saudáveis. Peço, ainda, ao Senhor que proteja as nossas “crianças” de tanta violência, de todo o rancor e do ódio irracional que sempre se direciona aos inocentes e indefesos.  Rogo a Deus, por nós, os pais, que a vida siga seu curso natural: onde a lei da natureza, nunca seja quebrada, para que assim possamos partir antes dos nossos filhos; jamais o contrário. E, por fim, suplico-lhe, que olhe por nós, pecadores, para que consigamos expiar nossas culpas, pois a cada dia nos perdemos no materialismo, que acaba por nos afastar, cada vez mais do propósito divino. Para finalizar, imploro para que o Senhor, em sua infinita bondade, proteja a todos nós do desvario, mas, principalmente, da crueldade alheia, pois há loucos e loucos, e até mesmo uma pessoa com problemas mentais, pode, sim, ter instalado em seu coração o amor, a esperança e a dádiva de saber perdoar, e a tudo isso eu denomino de Deus, e nada nem ninguém me convencerá do contrário. E são esses valores que me fazem acreditar que a vida vale à pena e que um novo dia surgirá, trazendo com ele mais justiça e tolerância aos Homens de boa vontade. Amém!


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