sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

FELIZ 2012 !

A
inda que sejam convenções marcadas pelo calendário humano, em função dos movimentos de rotação do planeta em torno do sol, o sentimento com a aproximação de um novo ano é de esperança e renovação. Mesmo que a “passagem” de ano seja rotineira, não há como fazer a travessia de um ano para outro sem que haja certa reflexão daquilo que deixamos para trás. Dizem que passado o terremoto de Lisboa (1755), o rei Dom José perguntou ao General Pedro D’Almeida, Marquês de Alorna, o que se havia de fazer. Ele respondeu ao rei: “Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”. Esta simples resposta sintetizou de forma franca e objetiva a única coisa que podia ser feita naquele momento. Assim devemos fazer diante dos nossos abalos pessoais: enfrentá-los com a mesma objetividade, isto é, mesmo que venhamos a sofrer, não há como lutar contra as falhas “geológicas” da vida. Mesmo que estejamos desestruturados pelos movimentos bruscos de nossas próprias bases devemos buscar serenidade para suportar tais consequências. A alternativa para quem deseja sobreviver às mudanças impostas pela própria existência é seguir adiante, sem olhar para trás, pois de nada adianta chorar sobre o leite derramado. É essa capacidade de nos reinventarmos que faz de nós verdadeiros super heróis. Pessoas valorosas que não precisam recorrer a drogas; que lutam para não cair em depressão; que não se deixam influenciar pela onda de pessimismo ligado ao mito de 2012; que não se deixam levar pelos modismos... Nós que aprendemos a cair e a dar a volta por cima, cheios de dignidade, e que não nos curvamos aos julgamentos alheios, merecemos um planeta povoado por verdadeiros seres humanos: fraternos, iguais aos trabalhadores voluntários que se dedicam a levar à sociedade maior qualidade vida; leais como os meus amigos verdadeiros; dignos como os meus pais, generosos como a minha filha, que ainda criança já sabia respeitar os animais e os mais velhos.
Seguindo essa linha de raciocínio, venho através dessa postagem desejar a vocês, visitantes virtuais do Brasil, Malásia, Rússia, Reino Unido, Alemanha, México, Guatemala, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Indonésia, Estados Unidos, Holanda, Portugal e Nova Guiné, um ANO NOVO repleto de Paz, Sorte, e a Responsabilidade de Amar todos os Seres Vivos deste lindo planeta. A todos que assim como eu, sobreviveram às besteiras, às finanças, às alegrias, tristezas e decepções, mas que nem por isso deixaram de acreditar num recomeço, e mostraram que é possível driblar esse fluxo de situações inesperadas, inerentes à vida, muita LUZ E PAZ.  Embora os votos não sejam muito originais, pois como diz a letra da música do Legião Urbana, “Sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?”, ainda assim elas exprimem toda a minha sinceridade. E, mesmo que não nos conheçamos, recebo, através de suas visitações diárias, essa energia emanadora, que me dá o alento e a convicção de que estou no caminho certo.  Muito obrigada pelo apoio e pelos e-mails generosos. SEJAM MUITO FELIZES!

FELIZ ANO NOVO E PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE!

*Meu agradecimento especial para Amanda Werlang(filha); aos meus pais, Alzair e Manoel; amigos: Rosane Gil, Rosinete Zefferino, Débora Gianoni, Nádia Oliveira, Mara Gallina,  Cláudia Orci, Custódia de Bróbio, Simone Flores e Luiza Carravetta. E aos ilustres desconhecidos que cruzaram o meu caminho e que me estenderam a mão. Vocês, que de um jeito ou de outro, nesse ano, me ouviram e me apoiaram, seja na vida pessoal ou na profissional... MUITO OBRIGADA!

QUE DEUS OS ABENÇOE SEMPRE!


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O fim do mundo entre o cético e o crente











No início dessa semana, ao transitar pela esquina democrática, ponto turístico da capital gaúcha, localizada entre a Rua da Praia e a Avenida Borges de Medeiros - ponto tradicional de passeatas e manifestações desde o século XIX - presenciei uma hilariante discussão entre um crente e um cético. Enquanto o primeiro defendia com veemência a necessidade urgente de conscientização dos seres humanos para uma mudança efetiva de comportamento antes do final do mundo, o outro gritava que tudo não passava de lorota. O bate boca só terminou com a intervenção da polícia militar.
O crente ao olhar para os curiosos transeuntes alardeava que a sua “arma” contra os ignorantes era a Bíblia, que ele erguia freneticamente para o alto, como se procurasse confirmação divina às suas palavras proféticas. Discussões à parte... É bom lembrar que o livro sagrado dos cristãos refere-se ao final dos tempos no Velho e no Novo Testamento - em ambos, há uma descrição da destruição do mundo que será causada pelo comportamento inadequado da humanidade. No primeiro, há a figura do profeta Daniel, que marca até hoje o imaginário ocidental com seus sonhos e visões sobre o final dos tempos. Ao lado dele, incluído no Novo Testamento, o Apocalipse de São João, capítulo 13, versículos 16, 17 e 18 diz que “A segunda Besta faz também com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, recebam uma marca na mão direita ou na fronte”. Teoria essa que serve de inspiração aos crentes que acreditam numa conspiração feita através dos códigos de barras, que carregam obrigatoriamente o número da Besta em todos os produtos que recebem o padrão UPC.
 Na volta para casa o assunto me acompanhou... Nem bem o ano chega ao seu final e os profetas do apocalipse se proliferam de forma assustadora, pensei. O tema cada vez mais recorrente, nos últimos tempos, tem mexido com o imaginário de muitas pessoas, que de alguma forma parecem ter  opinião formada sobre o que ocorrerá no final do ano que vem: transformação cósmica, inversão dos pólos magnéticos da Terra, ano do contato extraterrestre, a erupção do super vulcão americano, final dos tempos, o juízo final, começo da era de ouro... de aquário... E toda essa “histeria” se fundamenta na previsão catastrófica da cronologia do calendário Maia, que supostamente aponta para 21 de dezembro de 2012 como sendo o início do fim do mundo. Outras civilizações antigas também confirmam essa teoria ao indicarem essa mesma data como sendo a derradeira. Um dos mais famosos oráculos do mundo antigo, conhecida pelo nome de Sibila, viveu durante o império romano (século VI a.c) dentro de uma caverna vulcânica perto da cidade de Nápoles na Itália. Conforme uma antiga revelação apocalíptica feita por ela, diz que o mundo duraria nove ciclos de 800 anos cada um. Segundo a Sibila, a décima geração começaria aproximadamente nos anos 2000 d.c e que essa seria a última geração. O Livro das Mutações, o chinês I Ching, teria previsto com pertinência e precisão, a mesma previsão catastrófica para esse mesmo dia, mês e ano. Ainda, segundo a astrologia moderna, nessa data teremos o alinhamento completo de todos os planetas do sistema solar que, além de estarem alinhados entre si, estarão alinhados com o centro da via láctea, fato que ocorre a cada 26.000 anos. Para fomentar ainda mais essa possibilidade, livros, revistas e programas de tevês - Discovery e The History Channel-, estão explorando esse filão à exaustão, ainda que com muita competência, já que depois de algumas horas de exibição dos documentários dá vontade de armazenar água, comida, construir um abrigo subterrâneo blindado, e até mesmo se antecipar aos fatos catastróficos e cometer suicídio... Coisa de doido!
 Indiferentes ao tema, no entanto, estão os céticos, que já se acostumaram com as previsões apocalípticas que a própria humanidade tem traçado, ao longo dos tempos, para si mesma. Foi assim na virada do século, em 11/11/11, e tantas outras datas que nem vale à pena aqui citar. Porém, diante dessa possibilidade sinistra e assustadora, que está sendo desenhada para o próximo ano: o Caos - que na mitologia grega era o deus primordial, e representava a desordem inicial do mundo - fica a pergunta: por que esse tema exerce tanto fascínio e medo nos homens? Talvez seja pela culpa. Ciente de sua falta de responsabilidade com Gaya, a mãe Terra, ele deseja desaparecer para que o planeta possa voltar ao equilíbrio novamente. Será isso ou o ser humano está cansado de sua própria existência? De uma coisa estou certa, ele ainda teme a morte e o castigo do inferno eterno, aquele descrito pelo Dante Alighieri, na Divina Comédia.
         Para nossa sorte, as certezas de cataclismos sinalizadas por diferentes mitologias trazem também a promessa de um mundo novo, cheio de virtudes. O problema é que essa nova era será exclusiva dos afortunados, dos arrebatados, dos abduzidos, dos elevados, dos glorificados... dos puros de coração. Os impuros não terão vez nesse paraíso “tropical” prometido. Como já disse o poeta romano Juvenal O destino dará reinos aos escravos e triunfos aos cativos”.
 Então, quem são esses eleitos que escaparão do destino trágico, reservado aos meros e pecadores mortais? Certamente não serão os beatos arrogantes, cheios de preconceitos, que julgam a tudo e a todos e que pedem a danação do fogo eterno aos seus semelhantes. Contudo a esperança que faz parte do imaginário humano é a de estar entre os escolhidos que sobreviverão ao trágico destino reservado à humanidade. Essa expectativa praticamente se confunde com o desejo desesperador de escapar de triste sina, ou seja, de uma morte imposta pelo castigo divino.
Assim, enquanto 21 de dezembro de 2012 não chega, e diante dessa nefasta possibilidade de essa ser a data final, céticos e crentes aguardam de um jeito cínico e nervoso pelo Caos...  Apocalipse, Armagedon,  Ragnarok ou qualquer nome que se queira entre esses e tantos outros não elencados. E se essa for uma verdade da qual não pudermos evitar, o melhor que temos a fazer é tentar a elevação espiritual já que Não poucas vezes esbarramos com o nosso destino pelos caminhos que escolhemos para fugir dele”, Jean de La Fontaine, escritor francês. Quem viver verá. Ou talvez não.