sexta-feira, 22 de abril de 2011

Páscoa: época de contemplação

S
endo a Páscoa uma das datas mais comemorativas entre as culturas ocidentais, ainda que, hoje, seja demasiadamente, lembrada mais pelos ovos de chocolate, do que pelo seu real significado: a ressurreição de Jesus Cristo; essa é, ainda, celebrada, amplamente por todos os cristãos. E como cristã, faço aqui a minha reflexão do que mudou, efetivamente, nesses dois mil anos, após a Sua partida.
 Ele que propôs aos seres humanos a possibilidade de praticar, de forma incondicional, o amor, o perdão, a humildade, a benevolência e a caridade, foi crucificado num  ato explícito de sadismo e crueldade humana. Segundo o médico francês, doutor Barbet, Jesus entrou em agonia no Getsemani e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra”. Esse suor de sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno  raríssimo e é produzido em condições excepcionais, como uma grande fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção ou medo. O terror, o susto e a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens, devem ter esmagado Jesus - tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra...”
  E a Sua flagelação estava só no começo... Muitas outras atrocidades ainda estavam por vir, como o escárnio da coroação, as chibatadas, a crucificação... E, finalmente, talvez para o alívio ao seu sofrimento, a própria morte. Justo Ele, que só desejara a paz e a fraternidade aos homens, passou por essa dilacerante provação.  O ato monstruoso e covarde, ainda hoje, provoca repúdio e vergonha aos que entendem que essa ignóbil ação foi cometida por seres humanos, “iguais” a nós. Naqueles tempos vencera a brutalidade dos homens, acostumados à lei de Talião do “olho por olho e dente por dente”; e com isso perdemos todos nós, essa oportunidade única de aprendermos a viver em comunhão.   
Ele infelizmente se foi. Milênios se passaram desde então, e o mundo não está assim tão diferente daquela época; ganhamos em tecnologia, porém avançamos muito pouco rumo à espiritualidade, já que o ser humano não conseguiu superar sua natureza perversa e pecadora, e, limitado, não consegue alçar evolução significativa, no que se refere aos ensinamentos por Ele proferidos, e, por esse motivo, ainda temos uma longa jornada a percorrer, até conseguirmos expressiva mudança. Entretanto, que essa data sirva-nos, nem que seja por alguns minutos, para nos lembrar do quanto o sofrimento Dele, aos olhos de Deus, foi para que nós tivéssemos direito a salvação, numa atitude Divina, singular e contrastante, ao nosso orgulho e arrogância. Portanto, após essa contemplação e/ou oração, essa homenagem a Ele ganhará, efetivamente, uma conexão apropriada à história, além de proporcionar momentos únicos de elevação espiritual.
Para todos vocês que por aqui passaram uma FELIZ PÁSCOA!


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