quinta-feira, 28 de abril de 2011

Poder e estilo ela confere à mulher

M
exe daqui, revira dali... Onde eu coloquei as minhas chaves, o controle, o celular, a carteira, a escova?... Ufa! Até que enfim os encontrei! E olha que, ao menos dessa vez, perdi somente alguns minutos, até achá-los dentro dela, que, apesar de ter “mil e um compartimentos”, feitos para facilitar na organização, acaba complicando. Certo, mas eu preciso confessar, não consigo sair de casa sem a sua indispensável companhia. Ela, que eu levo pra todo canto, jogo em qualquer lugar, pego de qualquer jeito, está sempre ali, submissa e impassível, ao meu alcance. Então, com reserva analítica, arrisco uma definição: bolsa é um fetiche, no momento em que ao usá-las as mulheres se tornam mais sensuais e provocantes. Algumas, obviamente, preferem os cintos; outras os lenços/cachecóis; e àquelas que “surtam” diante de sapatos, sandálias, botas...  (Ah! Uma dessas aí eu conheço bem, já que dividimos o mesmo teto). Entretanto, o meu objeto de desejo é mesmo a bolsa, que segundo as minhas exigências precisa ser de couro legítimo - ainda que eu saiba que não é ecologicamente correto admitir tal preferência -, ter tamanho médio (com espaço suficiente para acomodar uma pequena e não menos indispensável sombrinha), possuir um design moderno e arrojado, com alguns acessórios contemporâneos à parte, obviamente. Ah, agora sim, estou pronta para sair de casa. Já à rua, mesmo satisfeita com a minha - aqui qualquer semelhança com o comportamento deles, é mera coincidência - não posso deixar de notar àquelas que passam desfilando por mim, nos braços das outras; e, também, para o meu deleite, àquelas expostas às vitrines, provocando a minha cobiça. Ah, se eu pudesse... Aí! Não posso desejar as bolsas alheias!... Visto que preciso contentar-me com esta que trago comigo e que, por enquanto, atende às minhas necessidades básicas, e está bem conservada.
Decepcionada, com a minha própria futilidade, me consolo ao saber que faço parte de um índice elevado, cujo número chega a 90% de mulheres, que consideram essa peça indispensável à composição do visual feminino; sem contar que a bolsa, além de funcional, também confere um ar de mistério e status, e define a qual estilo suas usuárias pertencem. Motivo esse pelo qual eu  sempre declino dos convites para fazer caminhadas à rua, pois assim como as índias, de determinados parques indígenas da Amazônia, que quando privadas daquele cinto que trazem amarrados à cintura, se sentem nuas e desprotegidas, eu, sem a minha bolsa, tenho a mesma sensação. Então, fazer caminhadas... Nem pensar!
Entretanto, enquanto o mágico precisa tirar de sua cartola inúmeros objetos – na maioria das vezes inúteis - para deles fazer uso de seus truques de magia; nós as “feiticeiras”, necessitamos das nossas bolsas para delas subtrair artefatos muito mais interessantes e práticos, ao nosso dia a dia, como: agulhas, linhas, tesourinhas, batons, celular, chaves, canetas, espelhos, escovas, fio dental, protetor solar, perfume, documentos, controle, absorventes, pinça, fotos dos filhos, do namorado, da família, e até daquele santinho protetor.  Parte daí a premissa de que estamos muito mais conectadas às bolsas, do que julga nossa vã filosofia.   É nessa peça básica de sobrevivência feminina, que mora a concepção do “perigo”. No entanto, as vassouras, simbolicamente, ficaram com a fama. Esse vínculo, evidentemente, está equivocado. Como poderiam essas “mulheres poderosas”, mesmo voando sobre suas lindas vassouras, preparar suas poções mágicas, se não pudessem contar com o apoio incondicional desse acessório básico, para carregar asas de morcego, veneno de cobra, língua de sapo, olho de sogra, dentes de lagarto... Ui!!!...
Ah, antes de encerrar essa matéria, é bom lembrar que se você tem planos para o amor, não se esqueça de levar à bolsa, algumas camisinhas, porque aqui pra nós, sair com o intuito de se divertir, com essa peça versátil, estilosa e linda, literalmente a tiracolo, sem proteção, é colocar em risco a fama da bolsa, cujo encantamento está, justamente, em transportar em seu interior objetos que ajudem-nos com atitudes preventivas.
Então, até a próxima bolsa, com ou sem grife, dependência estipulada pelo bolso de cada usuária.





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