sábado, 11 de junho de 2011

Comemore o seu amor próprio no Dia dos Namorados


Não queime seu filme à toa
O filósofo alemão Martin Heidegger, afirma em seu livro “Ser e Tempo” que estar só é a condição original de todo ser humano, no mundo. Portanto, aceitar ou não esse fato é uma decisão pessoal. Entretanto, nos distinguimos uns dos outros pela maneira como lidamos com a solidão e com o sentimento de liberdade ou de abandono que dela decorre, dependendo do modo como interpretamos a origem de nossa existência. Talvez isso explique porque enquanto para alguns a solidão é tão necessária, para outros é sentença de morte, fato que os leva a uma procura frenética e perigosa pelo outro, na ânsia, de somente dessa forma, encontrar a felicidade tão propagada por todos os cantos. E assim, sem nenhum critério de escolha, se lançam, por desespero de causa, nas mais variadas aventuras, cujas consequências, geralmente, são desastrosas e frustrantes. Desprovidos de amor próprio, esses indivíduos são conhecidos, popularmente, como os detentores dos tais “dedos podres”, já que costumam “apontar”, aleatoriamente, para qualquer um que, porventura, surja à sua frente. E, segundo alguns terapeutas, essa incapacidade de lidar com a solidão ou com o fato de não ser amado é o que leva muitas pessoas à depressão. E para piorar, é nessa época, com a proximidade do Dia dos Namorados, que o interesse à busca pelo outro se potencializa, e a necessidade de ser correspondido se acentua. Também pudera, com essa campanha ostensiva realizada pelo comércio e pela mídia, para a comemoração dessa data, esses solteiros, naturalmente carentes, passam a  sentir-se ainda mais fragilizados e rejeitados. No entanto, essa melancolia tem razão de ser? É óbvio que não! Estar apaixonado é muito bom, mas ser correspondido é melhor ainda. Assim sendo, não é aconselhável sair a “cata” de alguém, como tábua de salvação, cuja probabilidade em suprir suas necessidades imediatas é praticamente nula, pois, via de regra, um relacionamento amoroso, para acontecer, precisa de espontaneidade, portanto, forçar a relação é tolice e acelerar os acontecimentos, nessas circunstâncias, pode ser fatal ao enlace romântico. Entretanto, contaminados por essa “febre” romântica, muitos solteiros se lançam, freneticamente, nessa data, à procura por sua cara metade. Como a frustração, gerada pelo imediatismo, nesse caso, é dada como certa, a pessoa conclui, precipitadamente, que a sua outra metade da laranja apodreceu, virou pó ou resolveu, antecipadamente, se juntar a metade de outra fruta qualquer, pêra, manga, abacaxi... Xiiiiii! Que salada! Já imaginou a metade da sua laranja unida com a de uma jaca? Pode ser uma metáfora engraçada, mas se imaginarmos que, por impulso ou por medo da solidão, muitas vezes, nos desviamos daquele que efetivamente poderia nos fazer feliz, de fato, e com isso nos lançamos a outros “afetos”, que em nada têm a ver conosco, a coisa toda perde a graça. 
Agora, se depois de todos esses argumentos, ainda assim, você estiver a ponto de querer desaparecer ou mesmo de cortar os pulsos – metaforicamente falando, é lógico – só porque não terá alguém para trocar presentes, então fica aqui o consolo: lembre-se de que a grande maioria dos namorados trocam, pela primeira vez, apenas bugigangas, e que nesse caso, convém, então, se conformar com o fato de que é melhor não receber presente algum, do que estar com as gavetas e armários abarrotados de coisas que você jamais compraria. 
Aproveite sua liberdade
de forma criativa
Mas se você, racionalmente, optar por ficar em casa, a dica de leitura é o Guia dos Solteiros, um manual de sobrevivência de utilidade incontestável que oferece verdadeiras “pérolas” de sabedoria. Diz, também, entre outras coisas, que os solteiros estão sempre na moda porque destroem suas roupas nas lavanderias e que comer pizza fria no café da manhã é o maior exemplo de liberdade desse estado civil. E glorifica esta condição argumentando que foi o escolhido por Sherlock Holmes, Nietsche, Voltaire, Zorro, Batman, Pato Donald... E, na mesma condição, as mulheres também estão bem representadas: Margarida, Olivia Palito, Simone de Beauvoir, Sharon Stone, Madonna... Esse número expressivo de pessoas e até mesmo de personagens, muito bem resolvidos com a sua “solteirice”, comprova que o importante é a maneira pela qual lidamos com a nossa essência. 
Solteiras por convicção
Em suma, lembre-se de que há outras datas comemorativas como O Dia das Crianças, dos Pais, das Mães, Finados... E que você, por não ser criança, pai, mãe ou estar morto, nem percebe... (me desculpe, mas eu não podia perder a piada). Então, nesse domingo, junte-se aos seus amigos solteiros e aproveite para se divertir, sem culpa ou autopiedade, afinal de contas o dia poderá reservar muitas surpresas. E se até o dia 15 de agosto você estiver sozinho, então, finalmente, terá o que celebrar: a sua opção de estar livre, visto que, nesta data, comemora-se O DIA DOS SOLTEIROS! E essa escolha consciente e bem resolvida deve ser festejada.

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