
Este blog existe para abrir espaço ao diálogo e à reflexão. Aqui, os temas são diversos, mas todos têm algo em comum: nos convidam a refletir — com o coração e com a mente.
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
Livre-arbítrio é sua responsabilidade individual

quarta-feira, 15 de junho de 2016
Plagiadores da loucura
Durante algum tempo, acreditei que os loucos se refugiavam apenas em lugares específicos, compatíveis com suas condições mentais. Imbuída do preconceito que habita o senso comum de todos aqueles que se consideram mentalmente sadios, demorei a perceber que cada indivíduo, de maneira metafórica, carrega sua própria cota de loucura.O meio em que estamos inseridos contribui, de forma circunstancial, para que, aos poucos, nos tornemos irracionais. Talvez isso seja necessário até para a convivência em sociedade. Afinal, a maior causa das nossas decepções enquanto seres humanos está na nossa própria espécie. Nunca estivemos tão expostos à loucura como agora, na era do excesso de informação.Com o advento da internet, as notícias pulsam em compasso acelerado, fazendo com que cada um se posicione com certo extremismo entre o certo e o errado. Entramos em um desespero coletivo de "gritar" a própria razão, mesmo que a razão já nos desconheça. Ignora-se, então, que entre os dois polos pode haver um meio-termo: o razoável.Essa terra fértil faz brotar vozes enlouquecidas que saem à caça de seus supostos algozes. E, nesse caminho sinuoso, quem não estiver a favor, certamente estará contra — para o bem ou para o mal. Como já disse o filósofo inglês Thomas Hobbes, “O homem é o lobo do homem”, convicto de que o estado natural do ser humano é o conflito: a guerra. Séculos se passaram, mas nada mudou.Na essência, continuamos os mesmos bárbaros, prontos a confrontar o outro por qualquer bobagem. Isso se reflete nos ambientes onde somos obrigados a conviver: local de trabalho, escolas, universidades, trânsito, hospitais, o próprio ambiente familiar — ou mesmo os espaços virtuais.A pressão sobre a singularidade de cada um pode levar à busca por refúgio ou a descarregar essa energia agressivamente no outro. Essa condição de frustração acelera o processo que molda — ou plagia — comportamentos perigosos. Tudo se transforma em ódio. Muitas vezes, um ódio mortal.A agressão é sempre covarde. E, nesse momento, o plágio da insanidade se dá em forma de cusparada.Sim, cusparada.Pessoas consideradas normais passam a agir de forma insana quando perdem a capacidade de dialogar e lançam saliva no oponente. Nesta semana, uma discussão entre duas adolescentes teve como "atrativo" principal a troca de salivadas. O motivo? Política. Não se tratava de um desentendimento amoroso — o que talvez fosse o esperado para duas jovens se digladiando na rua —, mas da sanha odiosa com que defendiam suas ideias. A mesma sanha que, em outros tempos, levava homens a empunhar pistolas para duelar.Nada muito racional.Será que entramos na era do duelo salivar?Para quem chegou até aqui, talvez compartilhe da mesma impressão que eu: estamos perdendo a razão. Divergências de opinião que terminam em cusparadas não remetem à era da comunicação, mas a um retrocesso civilizacional. Parece uma volta à Idade Média, quando tudo se resolvia a ferro e fogo.E o mais alarmante é que essa deterioração do diálogo tem como vetor pessoas ditas racionais, que orbitam um mundo sob uma aparente civilidade. Eis o drama da loucura cotidiana: nunca sabemos de que lado ela está ou até que ponto podemos ser alcançados por ela.Já consigo imaginar, daqui a alguns séculos — isso se até lá não tivermos destruído o planeta com nossa insanidade —, alguém comentando em um documentário antigo que, no início do século XXI, as pessoas duelavam lançando salivas umas nas outras. Algo "moderno", diriam, para uma época em que até políticos profanavam com cusparadas o solo da "casa" que juraram honrar.Diante disso, só posso concluir: Benditos sejam aqueles que, em meio à insanidade, conseguem manter uma loucura lúcida e benevolente — sem se deixar contaminar pelo ritual cego que empurra a lógica para o abismo, onde apenas os ridículos se sentem confortáveis.
sábado, 7 de maio de 2016
Mães, flores e jardins
Ser Mãe: Jardim de Amor, Espinhos e Descobertas
Por experiência própria, este deveria ser o tema mais fácil de abordar — mas, ao contrário do que possa parecer, é muito difícil descrever a peculiar sensação de ser mãe.
Um dos aspectos mais sagrados da natureza — se assim posso dizer — sempre foi a capacidade de gerar filhos, em especial na condição humana. Sempre acreditei que, para alcançar êxito nessa função, bastaria passar adiante o que aprendi com a minha mãe, uma grande amiga e parceira em todos os momentos da minha vida. Uma mulher à frente do seu tempo, que, com muita sabedoria, soube deixar sua marca gravada nesta que aqui escreve.
Seguindo seus passos e ensinamentos, preparei-me apenas para doutrinar. Mal sabia eu que aprenderia muito mais com um filho do que em qualquer banco de faculdade.
Desde o início, ainda durante a gravidez, aprendi a valorizar ainda mais a mãe que tive. Para falar a verdade, minha gestação foi planejada mais para dar a ela a alegria de ser avó do que por um desejo egoísta — embora eu quisesse muito viver essa experiência. Contudo, foi somente ao ver minha filha nascer que compreendi: a maternidade, sem amor, é um ato puramente mecânico.
Ser mãe não é apenas parir. É deixar eclodir a capacidade de amar. E o objetivo desse amor, creio, é fazer girar a roda da vida em todo o universo, mantendo-o em equilíbrio.
Assim, ao fazer uma analogia com um lindo jardim, podemos dizer que, em toda a beleza que permeia a natureza materna humana, as mães são jardineiras, e os filhos representam flores. Flores que, por vezes, ferem com seus espinhos. Por serem diferentes entre si, exigem cuidados específicos nesse território plural. Mas, como todas as flores, precisam de calor e de regas constantes — e é aí que entram o amor e a intuição como vetores essenciais para o crescimento e desenvolvimento de cada uma.
Entretanto, toda jardineira deve planejar e manter o solo fértil, bem cuidado, evitando a proliferação de ervas daninhas que possam afetar a qualidade do que foi plantado. Com isso, percebemos que nem tudo são flores. O trabalho é árduo e contínuo, e não há garantias de um retorno colorido e harmonioso. Ainda assim, a maioria das jardineiras segue sua missão com dedicação e esperança, desejando ter contribuído, com eficácia, para o florescimento da sua prole.
E assim, sucessivamente, entre alegrias e decepções, aprendemos mais do que ensinamos. Compreendi que uma mãe jamais deve trilhar um único caminho. Por vezes, é necessário retroceder. Por isso, é vital que ela tenha fôlego para explorar novas trilhas. Caso contrário, corre o risco de pisotear os próprios passos e repetir os mesmos erros.
É preciso entender, também, que uma mãe não é uma mulher à prova de erros. Reconhecer nossa vulnerabilidade pode ser mais útil na criação dos filhos do que tentar esconder, inutilmente, as falhas.
Ao longo do tempo, fui tateando à procura de um interruptor — algo que me permitisse enxergar além do olhar materno. Sempre acreditei que, mais do que criar um filho, temos o compromisso de deixar ao mundo um ser humano evoluído espiritual e intelectualmente. Alguém capaz de discernir entre o certo e o errado. Essa, penso eu, é nossa missão — desde o instante em que descobrimos uma nova vida crescendo dentro de nós, quando até o que levamos à mesa precisa ser pensado com responsabilidade.
Em suma, não basta dar a um filho apenas amor incondicional. É preciso oferecer-lhe uma educação alicerçada em valores essenciais: respeito, honestidade, humildade, generosidade, dignidade... Atributos que fazem parte da essência humana e que garantem que uma pessoa seja amada, respeitada e admirada — o que é fundamental para a sua felicidade. E, no fim das contas, não é isso que toda mãe deseja? Que seu filho seja feliz?
Por tudo isso, deixo aqui o meu agradecimento especial à minha mãe, que, acredito, está num lugar cheio de luz. E aproveito para desejar um FELIZ DIA DAS MÃES a todas as mulheres que, diariamente, não medem esforços para deixar ao mundo um ser humano melhor.
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Rede de amigos



segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
Os seios que alimentam
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Eu só vejo amor e nada mais que isso. |
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Precisamos aprender a conviver em sociedade |
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Aonde está a depravação nisso? |
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Ela continua sua jornada enquanto amamenta |
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Quem somos nós? |