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assunto não é novidade, mas ainda provoca
inquietação e mal estar àqueles que de certa forma sofrem ou já padeceram com o
assédio moral. Devido ao rebuliço que costuma acarretar à vida das pessoas, já que muitas permanecem estigmatizadas para sempre. Entretanto, é comum o fenômeno
ser tratado na maioria das vezes pelos pais e educadores como uma brincadeira
inofensiva. Contudo, dados apontam que, muito mais do que possa parecer, o
bullying causa uma desordem social, quando desestabiliza o meio, seja ele na
escola, no trabalho e até mesmo dentro de casa.
No
entanto, recentemente li um artigo onde essa questão fora abordada de forma
complacente, cuja intenção do autor era o de desmerecer todo o trabalho de
conscientização realizado por muitos profissionais sérios e competentes em
torno do polêmico tema. O paradoxo estava justamente no fato de o “articulista”
autointitular-se um “aplicador de trotes”,
mesmo que o reverso da medalha tenha sido recíproco. Mas assim são os idiotas:
amam participar das suas próprias tolices. Quando que humilhar e ferir alguém pode
ser normal? Só mesmo um palerma pode considerar o bullying como sendo um
processo natural que todo ser humano deve passar, para assim crescer
psicologicamente. Será que esse sujeito ia gostar de ver seus filhos sofrendo
vexames em público? Aí está o problema: o grau de ignorância dos pais que não sabem educar
com responsabilidade. Além do mais, muitos não conseguem nem ao menos servir de
exemplo à sua prole. E assim cria-se um círculo vicioso. E quem leva a pior são
os filhos daqueles que receberam adequada educação.
Com frequência pesquisadores divulgam suas conclusões sobre determinado perfil
daqueles que praticam o bullying ou mesmo daqueles que sofrem tais provocações.
Diante disso, debruço-me de forma livre e descomprometida, fazendo uma interpretação
aberta desses estudos para dizer que os motivos podem ser os mais variados:
conquista de status social; elevado nível de agressividade; incapacidade de se
colocar no lugar do outro; preconceito social e discriminação... Tudo isso
junto, talvez... Contudo, todas essas atitudes tem um “quê” de maldade e falta
de compaixão, quiçá um sadismo velado, coisas que denomino como quebra de “berço”. Isto é, se o sujeito não
tem uma base familiar amparada na justiça e no amor ao próximo, como poderá
entender que a prática do bullying é repulsiva e pode destruir a autoestima do
outro?
Assim
sendo, ao ler um artigo tão imbecil, totalmente sem propósito, tive a certeza
de que este fenômeno está longe de ter uma solução. E, enquanto isso, muitos ainda
sofrerão nas mãos daqueles que se regozijam com o sofrimento alheio. Comportamento típico de certos humanos.
EFEITO BOOMERANG - VAI E VOLTA. Por
considerar relevante à defesa do tema, vou aqui contar uma história que ocorreu há alguns anos, numa grande empresa na qual trabalhei, quando a
atitude inconsequente de um jovem, até então considerado promissor, por sua chefia, o colocou na condição de algoz e de
desempregado, quando por insensatez resolveu alterar e reprogramar a máquina na qual seu colega trabalhava. Sem saber que a máquina estava ligada o pobre homem colocou a mão entre os cilindros, e dessa maneira teve a mão decepada.
Interrogado pelo RH da empresa, o funcionário, responsável pelo trágico trote, confessou, ainda surpreso, que havia
calculado mal a “brincadeira” - o tempo de funcionamento da dita máquina -, já
que não tinha sido a primeira vez que fizera tal molecagem com o colega de trabalho. Moral
da história... Não há moral!
Portanto,
é bom lembrar que atualmente as empresas estão cada vez mais atentas a esse
tipo de comportamento, ou seja, em seus quadros de empregados, o caráter está
cada vez mais sendo observado, e quem não se enquadra é colocado no olho da
rua. Justiça seja feita: há pouco tempo, uma amiga, uma mulher bonita, - no
amplo sentido da palavra - foi designada a contratar uma profissional
para atuar na área de projetos. Mas como o mundo costuma dar voltas, e tudo o
que vai volta, ela de repente se viu diante daquela que infernizara sua
adolescência, colocando-lhe apelidos infames: magrela, pau de virar tripa, branca
azeda... É óbvio que a surpresa foi recíproca. Ainda que minha amiga não seja
vingativa, não optou por alguém cujo caráter ela bem conhecera, no passado.
Embora
esse problema, nos últimos anos, venha ganhando espaço junto à mídia, muito
mais por questões sociais, suscitadas por algumas celebridades que a partir de
lembranças tristes do tempo de infância e adolescência, e da indignação pela
percepção do descaso por parte dos responsáveis que nada fizeram para combater
tais abusos, o bullying, por sua característica nefasta, deve ser combatido por
todos os setores da sociedade. “Na
escola me chamavam de Bocão Royal e de magrela sem graça”, contou recentemente em entrevista, Alline Morais, atriz
brasileira. Até mesmo alguém totalmente dentro dos padrões convencionais
de comportamento e beleza está sujeito a sofrer na mão dos “invejosos”, esse
parece ter sido o caso da duquesa de Gales, mulher do príncipe William, Kate
Middleton.
Em suma, a extensa lista daqueles que sofreram humilhações evidencia que o propósito dos agressores é sempre o mesmo: provocar no outro o rebaixamento da autoestima e a humilhação pública. Contudo, um retrocesso nesse quadro gradativo de submissões a que são expostos certos indivíduos, considerados diferentes dos demais, tanto no
ambiente escolar quanto no corporativo pode contribuir para um avanço significativo
na qualidade de vida de todas as pessoas, e assim diminuir esse histórico de violência
em que vive nossa “implicante” sociedade.
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