ados
indicam que a população mundial está envelhecendo cada vez mais, ou seja, como
a “qualidade” de vida vem aumentando, pressupõe-se que haverá dentro de poucos anos um
significativo crescimento da parcela de idosos, no planeta. No entanto, a
maioria das pessoas mais jovens se esquece de que muito mais cedo do que possa
imaginar, logo, também, estará inserida nessa estatística. Envelhecer faz parte
da natureza biológica da vida, e dessa sina só há um modo de escapar: morrer antes
de atingir a velhice. Parafraseando o dramaturgo brasileiro, Nelson Rodrigues, “Até os canalhas
envelhecem”. Contudo, ironicamente
muitas pessoas fazem de tudo para retardar essa fase, e assim prosseguem no seu
singular delírio juvenil. Porém, isso é assunto para outro momento.
A
importância do tema se dá num tempo onde foi necessária a criação de uma data
específica, 15 de junho, Dia Internacional de Combate à Violência Contra a
Pessoa Idosa, com a finalidade de lembrar à sociedade que os idosos estão
sofrendo agressões físicas e psicológicas, muitas vezes dentro de suas próprias
casas, a mesma que construíram com o suor do seu rosto. Sem contar que, não
raras às vezes, são eles que provêm, com suas parcas aposentadorias, o sustento
de filhos e netos. Justamente eles que deveriam estar aproveitando a vida,
desfrutando da tranquilidade a que têm direito, já que construíram um lar e
proporcionaram aos seus filhos, com esforço e muita labuta, aquilo que puderam, com
a melhor das intenções. Todavia, agora, sofrem humilhações e o desprezo
daqueles que deveriam lhe beijar as mãos, frequentemente, como forma de
agradecimento e consideração. Desse modo, humilhados e ultrajados muitos idosos
perdem a vontade de viver e acabam se entregando mais rapidamente a doenças e a
depressão, como cita a famosa frase do escritor francês, Honoré de Balzac, “O homem começa a morrer na idade em
que perde o entusiasmo”. Mas quem deseja viver subjugado e desprezado por aqueles a quem
mais ama?
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Ato covarde e criminoso |
O texto torna-se relevante no momento em que
campanhas alertam para a necessidade do cumprimento do estatuto de proteção ao
idoso. Nesse espaço a abordagem do assunto se dará de forma a levar o caro
leitor à oportunidade de refletir sobre a maneira como vem tratando os idosos e
até mesmo os seus próprios pais. Há algum tempo venho observando a maneira
prepotente como algumas pessoas costumam tratar os mais velhos. Essa forma
ignorante e desrespeitosa me leva a acreditar que a falta de bom senso se dá no
momento em que elas imaginam passar incólumes por essa etapa - igualmente tão importante
como qualquer outra que já tenham passado -, quando na verdade deveriam estar se
preparando para entendê-la e recebê-la de forma plena e serena. Afinal seria
interessante levar em conta que “Qualquer idiota consegue ser jovem.
É preciso muito talento pra envelhecer”, frase atribuída ao jornalista e
cartunista brasileiro, Millôr Fernandes. Seguindo
esse raciocínio se conclui, então, que chegar à velhice é de certa forma uma
vitória, é ter conseguido alcançar o ápice das experiências da vida, conduzida
por determinação e obstinação. Entretanto, como se explica tanto preconceito e o fato
estarrecedor que mostra um aumento progressivo na violência contra pessoas idosas?
A
maneira preconceituosa eleva o nível de descaso para com esse grupo etário, que
consequentemente sofre todo tipo de abuso da sociedade quando é obrigado a
viver com uma mísera aposentadoria; quando não consegue atendimento médico;
quando é esquecido em filas de espera; quando não consegue um lugar adequado no
transporte público, quando é simplesmente desrespeitado e o pior de todos os
“pecados”: quando não é honrado pelos próprios filhos, muitas vezes seus algozes.
Que mundo estamos deixando para os nossos filhos quando não respeitamos os mais
velhos e atentamos contra o maior de todo os fundamentos humanos: honrar
pai e mãe, cujo conceito deveria ser universal. E como já disse o dramaturgo e
escritor Marquês de Sade, “Não há outro
inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes”, imagine, então, se esse semelhante possuir o mesmo sangue, é como ser
mordido por quem você alimentara a vida toda. Isso é cruel e irracional! Nem os
animais fazem isso! Aliás, acredito mesmo que estes são muito melhores que muitos
seres humanos.
Entretanto,
essa questão da negligência crescente contra os idosos, como um fenômeno
quantitativo, repercute nas formas de visibilidade social. Diante de tanto abuso cometido contra os idosos, a conclusão
que podemos chegar é que o ser humano além de estar totalmente perdido quanto à
criação dos filhos, ainda atira seus próprios pais no mais profundo abismo,
quando se nega a cumprir sua natural obrigação de garantir aos seus
progenitores, nos seus últimos anos de vida, dignidade e amor. Aqui vale
lembrar então, que toda ação gera uma reação. O mundo gira e amanhã o ancião da
família será você... Portanto lembre-se que “Cada idade tem
a sua beleza e essa beleza deve sempre ser uma liberdade” Robert Brasillach, jornalista francês. Assim sendo, não
aprisione aqueles que ajudaram a construir um mundo melhor. Há muito mais a
aprender com essa geração do que se possa imaginar. Aos filhos só um “conselho”
ditado no quarto mandamento de DEUS...
Honrar PAI E MÃE
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