segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ensaio aos amigos


N
Amizade à prova d'água
esta semana comemora-se o Dia do Amigo. Por isso mesmo decidi render a ele uma “singela” homenagem. Partindo do pressuposto de que viver sem esse indivíduo seria praticamente impossível, já que vem dele, geralmente, a força da qual precisamos para vencermos as difíceis e múltiplas etapas impostas pela vida.  Espero que, através desta leitura, você identifique seus verdadeiros amigos e com isso aprenda a valorizá-los ainda mais, mantendo-se conectado a eles de forma absoluta. Nossa moderna compreensão da amizade foi formada por um tardio reconhecimento de que precisamos, muito mais do que gostaríamos de admitir, de um amigo, cujas características primordiais, quanto à identidade de ideias, pensamentos e ações, se assemelhem tanto quanto as nossas... Essa pessoa, tão especial e singular, possui uma representação significativa à maioria dos seres humanos,  dando-lhes sentido à sua essência e existência.
A verdadeira amizade
tem o poder da magia
Na verdade, no decorrer do tempo, conhecemos muita gente - seja na escola, no trabalho, na faculdade, nas viagens, no bairro, na internet e até mesmo entre os familiares -, que por determinado tempo, mesmo que aos “tropeços”, nos abastecem de suas amizades, ainda que muitas vezes efêmeras. Contudo, é preciso frisar que, de alguma forma, todas as relações interpessoais sempre nos ensinam algumas lições: negativas ou positivas; ninguém passa por nossas vidas sem deixar marcas incólumes, ainda que em níveis diferentes. Porém, são poucos os que compartilham conosco da mesma afinidade, nos proporcionando uma evolução efetiva tanto no campo emocional quanto no espiritual.
No entanto, precisamos lembrar que para uma relação evoluir à amizade verdadeira, a adoção de algumas regras, mesmo sendo implícitas, faz-se necessário, tornando altamente relevante à convivência entre amigos. Vamos aqui chamá-las, então, de códigos de relações interpessoais de amor. A existência desse indicador é o que leva ou não à continuidade desses relacionamentos afetivos, seja na sua forma de conduta, de afeto e de comportamento. Sem esses preceitos essa afeição não se sustenta por muito tempo. Outro fator relevante à “sublimação” da amizade é a necessária existência de certa “química” entre os amigos, isto é, precisa-se ter com o outro um relacionamento equilibrado entre as pontuais diferenças e semelhanças, para que não haja uma tentativa mútua de quebra de identidade. A partir desta premissa podemos afirmar que o cultivo de uma amizade é algo muito complexo, pois há uma linha tênue que separa um ato simples e contundente de apoio a uma invasão de “privacidade”, e nesse momento entender e dar espaço ao outro sem abandoná-lo exige perspicácia e humildade. E, nesse ínterim, talvez, este seja o real motivo de muitas amizades “desandarem”, já que a "fogueira" da arrogância costuma transformar bons amigos em “donos" supremos da verdade. Entretanto, é importante salientar que somente o tempo, fará ou não a consolidação de uma grande amizade, pois como em todo relacionamento, quando legítimo, há sempre alguma “desordem” natural, por esse motivo a superação das mágoas e divergências também são características dos relacionamentos duradouros, que têm a função específica de nos mostrar se apesar dos confrontos e dos conflitos, essa afeição sofrera alguma ruptura relevante. Mas, se depois de uma constatação positiva de que mesmo diante das diversidades e adversidades, a amizade permaneceu sólida, podemos concluir que o tempo, nesse caso, foi tão somente um contingente.
Contudo, para não sofrermos com esses eventuais “abalos sísmicos”, a amizade precisa estar bem solidificada e construída sobre alicerces baseados no respeito recíproco e no companheirismo, não deixando brechas para que essa “edificação” desabe ao primeiro sinal de tempestade. Logo, se conclui que essa condição à amizade não está sujeita a fatores culturais, financeiros ou sociais. Nesse caso, há um repertório muito mais importante a ser considerado; são fatores preponderantes como: a vivência, a cumplicidade, o respeito, a confiança, o amor e a lealdade, tornando, ainda, imprescindível ao cultivo dessa afeição a disponibilização de tempo e uma troca expressiva de parceria. Como dizia Aristóteles, “Amigos verdadeiros precisam ter comido sal juntos”... Isto é, na vida, nem sempre é possível apenas dividirmos com eles a doçura do néctar, muitas vezes a eles cabe também a difícil tarefa de “sorver” o  fel amargo. De acordo com essa premissa permito-me afirmar que esse nobre sentimento, chamado de amizade, precisa encontrar entre os seus “protagonistas” virtudes como o desprendimento e o comprometimento, essenciais para o seu fortalecimento. E como disse o grande escritor libanês Gibran Kahlil Gibran, na sua obra: O Profeta: “Pois o que seria vosso amigo se apenas o procurásseis para matar o tempo? Procura-o sempre com horas para viver. Pois ele é para preencher vossa necessidade, não vosso vazio”.





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