terça-feira, 24 de junho de 2025

Grito Sem Voz: A literatura como escudo para quem não pode se defender

    
    Foi com revolta e tristeza que, em um intervalo inferior a um mês, li algumas notícias envolvendo crianças e adolescentes vítimas de violência sexual na cidade onde moro, que conta com uma população de cerca de 350 mil habitantes.

   Para quem me conhece, não é novidade que venho alertando sobre o perigo de ignorarmos o grito silencioso dos inocentes.
Vivemos tempos em que fake news são rapidamente validadas por quem só acredita no que lhe convém — enquanto verdades dolorosas continuam sendo “varridas” para debaixo do tapete. Até quando vamos permitir que essa covardia siga destruindo a vida de quem nem sempre consegue se defender?

   Como autora de dois livros que tratam, com responsabilidade e sensibilidade, de um tema tão doloroso quanto necessário, faço uma pergunta urgente: por que ainda não houve uma mobilização consistente para oferecer ao público infantojuvenil a principal defesa contra abusadores? O conhecimento.

   Diante disso, afirmo, convicta, que falar sobre esse assunto em casa e na escola é necessário e urgente. Precisamos criar espaços de diálogo que permitam que crianças e adolescentes se expressem com liberdade e segurança.

   Por isso, tenho me dedicado à criação de releituras contemporâneas inspiradas nos contos dos Irmãos Grimm, com o objetivo de me aproximar do público jovem — como forma de levar luz à escuridão que permeia a falta de informação, gerada pela ignorância de quem teme a verdade.

   Assim nasceu Chapeuzinho, Lobos Usam Internet, publicado pela Editora Sulina. Ainda este ano, lançarei Disque 100 – João e Maria: Muito além do conto de fadas, também pela Sulina, com previsão de lançamento oficial na Feira do Livro de Porto Alegre. Ambos os livros têm como intuito gerar debate e trazer um sopro de conhecimento a quem precisa.

  Com linguagem acessível e poética, a nova obra retrata uma realidade dura — mas, infelizmente, comum — que precisa ser enfrentada com coragem e informação.

Pais, professores, tios, avós, vizinhos, amigos: ajudem a romper o silêncio. Leiam. Conversem. Ensinem. Somente o conhecimento pode proteger os mais vulneráveis.

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