domingo, 20 de maio de 2012

Fé de mais ou fé de menos?





S

em a intenção de ferir ou mesmo frear a crença de ninguém, faço aqui uma livre interpretação daquilo que venho observando há muito tempo: a comercialização da fé. No entanto, atravessar para outra dimensão onde as pessoas vivam de acordo com regras mais humanas, como ética e responsabilidade, pode até parecer ateísmo, mas na verdade é a minha particular maneira de pensar que se continuarmos a delegar nossas faltas a terceiros - padres, pastores, rabinos... -  nunca alcançaremos evolução espiritual significativa.

Rumo à paz celestial: caminho dividido

Sendo este um tema sempre recorrente entre filósofos, psicólogos e antropólogos, a fé, como acredita a grande maioria deles, nada mais é do que uma magnânima construção da mente. Teoria defendida pelo filósofo dinamarquês, Soren Aabye Kierkegaard, quando disse que a fé induz ao pavor, porque além de não contar com o apoio da razão, exige que o ser humano vá além dela e caia no absurdo. Já para São Tomás de Aquino, Deus não reconhece divergências entre fé e razão, visto que a primeira é uma disposição que transcende a alma e ignora a última. Mas, aos olhos dos fiéis, Deus não é uma fantasia ou um agregado mental do ser humano. Ele integra a própria estrutura humana e lhe confere a vocação transcendente, que impulsiona o homem a ir além de si, a aspirar o infinito, a reconhecer suas limitações - enfermidade, mortalidade, fraqueza, desacerto e pecado -, que o desafiam a respeito do sentido da vida, do sofrimento, da morte e da pós-morte. No entanto, essa questão, por seu caráter abrangente e instigante, está longe de alcançar consenso entre as partes. Enquanto isso, cada vez mais, fiéis sofrem com o assédio ostensivo dos “caçadores” de devotos.   E nessa “guerra santa”, ardem interesses escusos, cuja intenção é o arrebatamento de novas “ovelhas” aos mais variados “rebanhos/santuários”. Assim muitos crentes, em nome de Deus, são pleiteados de forma acintosa e irracional, cujo verdadeiro propósito é o arrecadamento de dízimos aos cofres “templários”. 

O inferno de Dante: onde todos jamais querem conhecer
         Obviamente o “negócio” tem se mostrado bastante vantajoso, tanto que a briga  para ver quem arregimenta mais devoto está acirrada e vale tudo: desde a promessa de paraíso pós-morte ao exorcismo dos demônios carnais. O estopim foi acesso e a guerra santa deflagrada. O que ninguém sabe é onde tudo isso vai parar, já que supostamente para se alcançar a salvação espiritual muitas igrejas exigem o pagamento de dízimos, como forma de aplacar os vícios daqueles que almejam a paz celestial. Contudo vale a pena pensar... Qual igreja se sustenta sem as tais “ofertas”? Aí começa a controvérsia: contribuição monetária e fé são compatíveis? Quanto vale a fé do povo?
     O fato relevante a ser lembrado é que o “pacto” secular estabelecido entre ladinos e fiéis sempre aqueceu o lucrativo mercado religioso. Assim sendo, enquanto o primeiro prospera à custa da crença e da ingenuidade e/ou credulidade alheia, o segundo convenientemente transfere suas expiações para terceiros, com o intuito de “zerar” seu déficit no plano dos mortais. E assim devotos e ladinos acreditam que se livrarão do inferno de Dante. Quem morrer verá... ou não.

                                              LUZ E PAZ A TODOS! 


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