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ser humano nasce, cresce, desenvolve-se, adquire experiência, envelhece e depois morre. Atualmente existem mais de 10 milhões de idosos no país, segundo dados de projeção do IBGE, e em 10 anos serão mais de 15 milhões, ou seja, um crescimento de 50%. Até o ano 2050 o número deverá triplicar. Embora o envelhecimento seja, em princípio, comum a todos, o processo de envelhecer é marcado por experiências singulares, mesmo assim não somos preparados para entender e aceitar este processo natural à condição humana. No entanto, a ignorância do homem o leva a viver de tal maneira como se ele fosse imune a velhice, sem com isso se dar conta de que ela faz parte da natureza de todos os seres vivos, e que por isso mesmo é preciso deixar a arrogância e o preconceito de lado para tratar desta fase da vida com o devido respeito. A falta de racionalidade, entretanto, faz com que o foco volte-se às coisas supérfluas: notoriedade, aquisição de bens materiais, à gula, às drogas, às bebidas... Enfim, há um excesso de tudo, como se houvesse uma urgência em viver de forma prazerosa e vaga. Enquanto se vive somente pelo “presente”; a conta, contudo, será apresentada, no futuro, ao fim da longa jornada, de maneira onerosa e cumulativa, quando o corpo já “cansado e debilitado” padecerá com o peso dessas escolhas insensatas, levando o sujeito a uma senilidade penosa, quiçá precoce. Ainda que dentro deste conceito estejam inseridos fatores distintos como o grupo social e o sexo a que pertencemos.

Esta reflexão, no entanto, levou-me à conclusão de que chegar à terceira idade com saúde é um verdadeiro desafio. Mas afinal de contas por que terceira idade se as fases da vida humana são basicamente quatro: infância, adolescência, adulta e velhice? Então não seria mais adequado fazermos uma referência correta como sendo esta a fase da quarta idade? Seja como for, seria muito justo que essa fosse, sim, sem demagogias, a fase da melhor idade, onde depois de tantos percalços e lutas, pelo decorrer do tempo, pudéssemos gozar os últimos anos de nossas vidas, com tranquilidade, assistência médica eficiente e muita dignidade. Então a chamaríamos de a fase da idade do mérito, já que depois de muito trabalho e dedicação aos outros – pais, amigos, cônjuges, sobrinhos, filhos, netos... (não necessariamente nesta ordem) -, receberíamos o devido e merecido descanso. Porém, infelizmente, não é isso o que acontece. Na maioria das vezes a senilidade vem acompanhada de uma parca aposentadoria, que não dá nem mesmo para a compra dos alimentos básicos, que possam garantir uma boa nutrição, tão importante nessa etapa da vida, além de tudo a aquisição de determinados medicamentos é outro fator que encarece e impossibilita que o idoso viva despreocupado. Diante desta constatação e devido à complexidade do tema, devemos repensar nossas atitudes, cujas consequências podem ou não garantir uma velhice com qualidade de vida. Diante disso, postergar hábitos saudáveis pode ser a sentença de uma terceira idade repleta de sofrimento. Assim sendo, nem mesmo os mais “abastados” escapam desta triste sina, ainda que para eles a expectativa de vida seja mais prazerosa, já que não dependem do Sistema Único de Saúde para o acesso aos leitos hospitalares e/ou as consultas com médicos especialistas. Sem contar que aqueles que possuem um poder aquisitivo mais elevado têm a sua disposição mais opções de alimentação, de lazer e entretenimento, o que amplia as chances de uma vida mais salutar, amenizando, ainda, as dificuldades trazidas com o avanço da idade.

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