segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A fogueira das vaidades



Em
situações, engendradas pelo ego, e com a óbvia intenção de buscar maior notoriedade, muitos “famosos” se aproveitam de importantes ferramentas de comunicação, oferecidas pela internet, para expor suas controversas opiniões, garantindo dessa forma sua permanência na mídia. Assim, soltando o “verborrágico”, fazem valer a premissa de que quem não é “polêmico” não é lembrado. E vale tudo para estar no tapetão, até mesmo puxar o tapete dos outros, com ofensas, acusações, provocações, ironias... Esses péssimos exemplos acabam influenciando e inflamando fãs e seguidores a aderirem aos oportunos “barraqueiros”. Essa lavação de “roupa suja” geralmente descamba para baixaria, evidenciando que os tais célebres não têm nobreza alguma de caráter. Dentro dessa panorâmica, se pode afirmar que o twitter, esse relevante e inovador instrumento tecnológico, mesmo tendo elevado à escrita à oficina dos pensamentos, contribui significativamente para a disseminação desses “bate-bocas” virtuais. No entanto, as “pérolas” proferidas pelas tais celebridades têm como único objetivo a propagação, a qualquer custo, da auto-imagem à sociedade. A fama e os holofotes são seus principais focos, nem que para mantê-los acesos sejam usados dispositivos de apelação. Isto me faz lembrar a frase, título da música de Ataulfo Alves, Falem mal, mas falem de mim...” Portanto, é a potencialização dessa premissa que leva o indivíduo a sabotar sua própria privacidade. A extensão desse raciocínio leva a pensar que a vida para alguns famosos é um eterno palco, onde a fogueira das vaidades precisa constantemente ser atiçada; ainda que eles possam ser queimados pelo desatino em alimentá-la com o combustível saído de suas ferinas palavras, geralmente incendiárias, enquanto imbecis e desconexas. Certamente se Platão vivesse, nos dias atuais, sentir-se-ia frustrado por tanta mesquinharia, já que a ele é atribuída à frase: “Pessoas normais falam sobre coisas, pessoas inteligentes falam sobre ideias, pessoas mesquinhas falam sobre pessoas. Como a maioria dos comentários postados à rede falam sobre coisas ou pessoas, então, se pressupõe que a capacidade intelectual desses “notáveis”, que se julgam superiores aos demais, está abaixo do nível almejado. Contudo, através desses mecanismos tecnológicos, os fãs conhecem, efetivamente, enquanto “seguidores”, seus ídolos, seres humanos, tão complexos e falíveis, como aqueles que os idolatram. 
Entretanto é devido a procura por uma posição de destaque, de superioridade ou de onipotência – uma marca deste século - que todos anseiam pelos seus cinco minutos de fama. Esse processo de involução se contrasta com a apatia, inoperância e conformismo das pessoas em tratar de assuntos realmente relevantes à sociedade, como a corrupção, política, economia, educação, saúde, segurança, qualidade de vida...
Inseridos nessa “bolha” virtual estão os egocêntricos, ou seja, indivíduos que discutem, entre outras bobagens, os atributos físicos ou os erros ortográficos daqueles a quem costumam seguir e/ou perseguir. Enfim nada que seja produtivo ou positivo. O sujeito, vivendo nessa esfera virtual, ainda que desprovido de corpo, tem deixado o ciberespaço similar aos filmes de faroeste, onde bandidos e mocinhos atiram para todos os lados, e entre “mortos e feridos”, a integridade moral/social é a única verdadeiramente atingida. O que chama a atenção nesse caso é o erro à exposição pela repetição, isto é, todos os dias manchetes anunciam os barraqueiros com “pedigree”, pessoas que se desgastam ao provocarem discussões desnecessárias. Essa modalidade nova de comentar a vida dos outros ou de se envolver em intrigas/fofocas através de mensagens postadas à internet, só prova que o ser humano, famoso ou não, ainda não aprendeu que a estrutura do caráter não se constrói em cima de frivolidades, mas sob a base de valores contundentes à dignidade humana, como o respeito ao próximo. Portanto aproveite esse tempo de comunicação digital para discutir possibilidades para um mundo mais igualitário e  justo socialmente. ABAIXO AS BAIXARIAS!!!...
                                    


 

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