quarta-feira, 25 de maio de 2011

Política à sala de aula: lição de cidadania

Num sentido amplo, aprendemos que política denomina-se como a arte ou ciência de governar, por isso a complexidade desse assunto requer, do prezado leitor, uma efetiva reflexão, já que causa certa “aversão” e descaso a maioria.  Também, com tantos escândalos de corrupção e decepções, como não evitar falar dela. No entanto, precisamos ponderar e aceitar que, apesar dos percalços, a política permeia nossas vidas, seja na educação, segurança, trabalho, saúde..., enfim não há como negar que a política está inserida no nosso cotidiano. 
Imbuídos, nesse novo milênio, da crença na importância da preservação e alargamento dos espaços conquistados na luta pela melhoria da qualidade de vida de cada cidadão, nos pautamos mais pelo desejável do que pelo que nos apresenta como possível. No entanto, a premissa é verdadeira quando se refere à importância de sairmos desse ostracismo, caracterizado pela falta de interesse, generalizada, ao negarmos comprometimento com o desenvolvimento político e social do nosso Estado. 

Esses aí morreram, mas não largaram o osso.
Eles não se parecem com alguns políticos que conhecemos?

Embora seja comum confundir política com politicagem – talvez daí venha à ojeriza aos políticos que a praticam de forma a atender somente aos seus próprios interesses – é preciso analisá-la por uma perspectiva diferente e realmente condizente com a verdade, ainda que muitos se neguem a falar desse tema, cujos ânimos podem levar a discussões “calorosas”, ou, ainda, pior, a uma apatia contundente. No entanto, é necessário ressaltar que a politicagem se dá no momento em que o político entra para a vida pública com um único intuito: defender somente o que lhe for conveniente; por esse motivo, deveríamos abordar esse tema sem demagogias. 
O despreparo da classe política é tão gritante, que basta analisarmos muitos dos candidatos que se apresentam à televisão, em horário de propaganda eleitoral gratuito, e, que, pretensamente, desejam entrar para a vida pública, com a mesma ganância e convicção: “roubar é preciso”; muitos parecem saídos de bailes de carnaval, filmes de ficção científica, circo ou festa de Halloween. Ah, sem contar que existem “mocinhos” que também se candidatam com o mesmo propósito: “encher os bolsos com o dinheiro público”.  Seria cômico se não fosse tão patético e trágico. É óbvio que aqui, também, é preciso separar o joio do trigo, que nesse caso, em particular, torna-se tarefa fácil, devido a pouca quantidade do “cereal”, em questão, no “mercado”. 
 Portanto, defendo, com veemência, a inclusão da política como matéria obrigatória às escolas, já a partir do ensino fundamental. Assim, desde cedo, o aluno aprenderia sobre ética, cidadania, responsabilidade social e ambiental, gestão da coisa pública, ciências políticas, humanas e sociais, etc. A partir daí, deveria ser imperativo, àqueles que sentissem vocação ao “sacerdócio”, passarem por um curso específico, em nível de graduação. Dessa forma o número de “ratos” na política diminuiria, consideravelmente, e não assistiríamos a tantos conchavos, sem impunidade alguma, além do vai e vem de parlamentares, outrora, cassados por improbidade administrativa, e que encontram brechas no sistema ou são anistiados pelos seus “párias”, para retornarem ao poder e assim dar continuidade à roubalheira.
A intenção é chegar ao topo da pirâmide
Entretanto, ainda podemos reverter esse quadro caótico da política nacional, basta que se inclua na educação básica, uma disciplina que aborde o tema de forma a ensinar tanto aos futuros políticos, quantos aos seus futuros eleitores, como se comportar diante do interesse da coletividade. Essa inclusão e à integração escolar, quanto ao assunto, pode alavancar um desenvolvimento baseado no respeito e ajudar na formação de cidadãos que não se deixem comprar por votos, e nem permitam que a corrupção seja vista como algo inerente à política.  
Essa nova proposta de abordagem, no plano individual, aos estudantes, tem, ainda, como objetivo proporcionar de forma, efetiva, a conquista pela igualdade de direitos e de oportunidades, no espaço social, fortalecendo a construção de um cidadão mais consciente de seus direitos e deveres. Porém, é necessário que a sociedade, de fato, se mobilize em torno do tema, partindo do pressuposto que as discussões são essenciais ao assunto proposto, e que uma leitura crítica, sem ambiguidades, pode contribuir muito para a mudança desse quadro execrável da política nacional, e que sofre com essa dualidade da presença ou ausência da participação ativa da população. Cabe destacar, de início, que os benefícios, com a implantação da “política educacional”, proporcionaria aos alunos, o efetivo entendimento do que é ser cidadão, dando-lhes o princípio da igualdade de todos perante a lei.  Assim como o médico, o padre, o pastor, o professor, a política deveria ser uma profissão, sem, obviamente, a dispensa à conquista do voto popular, pois sem democracia não há Estado livre e desenvolvido. Dentro desses princípios democráticos o jovem, então, com o seu diploma em mãos, poderia entrar para um partido e ali desenvolver tudo aquilo que aprendera durante os anos que se especializara. Imagine o quanto sairíamos ganhando, com políticos tratando com seriedade de situações de inclusão social e exclusão da marginalização daqueles que, enquanto agem e pensam, são os seus eleitores, e que aprenderam na escola a identificar o mau e o bom gestor público. Erguer esse pilar significa dar sustentação à democracia, de fato, e proporcionará a todas as classes sociais a oportunidade de se inserirem de forma igualitária, na sociedade da qual fazem parte. Essa é a democracia que se deseja: do discurso à prática! Se você concorda, passe essa ideia adiante.



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