sábado, 13 de agosto de 2011

O Pai de cada dia





S
(Os meus amores) Ser avô
é ter o papel de pai redobrado
egundo revela a história, há mais de 4.000 anos, na Babilônia, um jovem chamado Elmesu teria sido o primeiro a comemorar o Dia dos Pais. Ele teria moldado e esculpido em argila um cartão para seu pai. No entanto, a criação de uma data, definitiva, para comemorar esse dia, anualmente, é bem mais recente. O pai brasileiro só ganhou um dia especial a partir de 1953. A iniciativa partiu do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, que se propôs a incentivar a celebração em família, baseado nos sentimentos e costumes cristãos.      
Contudo, existem aqueles que afirmam que os pais não precisam de uma data específica para que possam ser lembrados, eles atribuem o artifício da homenagem a uma engenhosa manobra, cuja intenção seria exclusivamente a obtenção de lucro, pelo comércio. Embora a racionalização tenha sua lógica, não há como ficar indiferente diante dos apelos emocionais propagados pelos meios de comunicação. Assim sendo, como podemos deixar nosso estimado pai fora dessa esfera pluralista de homenagens? Justamente ele, tão singular em nossas vidas. Então, por que não render a ele também um singelo e oportuno tributo, pegando carona nesta data propicia, comemorada neste domingo próximo.
Ela segue os
passos do pai 
com alegria e confiança
Os pais são indivíduos, cujas habilidades naturais, levam seus filhos a percepção de um mundo mais lúdico, no instante em que lhes ensinam a brincar, a andar de bicicleta, a dançar, a jogar bola, a nadar, a não temer o escuro, além de também estimulá-los "intelectualmente" através de jogos educativos: quebra cabeças, palavras cruzadas, caça palavras;  nos deveres de casa: matemática, física... Essa representação significativa torna a “figura paterna” o pilar que dá sustentação aos filhos, e garante que as crianças sejam inseridas no mais amplo contexto social, já que contam com o amparo supremo e o amor paterno. Isto me faz recordar a linda letra na canção de Nelson Gonçalves: Naquela Mesa ..."E nos seus olhos era tanto brilho, que mais que seu filho eu fiquei seu fã"...
 Ainda assim, mesmo tendo um lugar cativo no coração dos  filhos, não raras vezes, esses magnânimos sujeitos sofrem pela ingratidão e pela falta de atenção daqueles a quem dedicaram  tempo e amor. Portanto, pense em tudo o que esse “cara” já lhe ensinou, e no quanto ele o auxiliou nos diferentes estágios de sua vida: na decepção com o seu colega; no consolo quando o seu time sofreu rebaixamento; na gripe que o obrigou a ficar de cama; na paquera que não deu certo; na nota que você julgou não merecer; na tensão pré-vestibular, quiçá menstrual; no encontro que não rolou...e até mesmo naquele castigo que, por culpa sua, ele fora obrigado a lhe aplicar. Entretanto, em todos esses momentos ele estava ali, sempre ao seu lado, lhe amparando com suas mãos fortes e seu ombro amigo, mesmo que, intrinsecamente, estivesse destroçado pelo sofrimento e preocupação causados pelas más companhias que você, imprudente e/ou insistentemente, optara por seguir, deixando seu pai inconformado, triste e aflito... Afinal de contas quem você pensa que torce, de fato, incondicionalmente, pelo seu sucesso? Seus amigos? Nem sempre... Mas com certeza ele: o cara, o velho, o coroa, o descolado, o “cabeça feita”, o “pouca telha”, o "porra louca", o controlador, o incentivador, o “mão de vaca”, o maluco, o autoritário... o "amigão".  O único realmente apaixonado por você, e que sem pestanejar daria sua própria vida, se preciso fosse, para garantir a sua vida e felicidade.  Portanto, agora, faça uma reflexão, efetiva, no quanto o seu mundo ficaria sem sentido sem a presença desse indispensável sujeito. A partir dessa premissa permita-se parar por um tempo com o objetivo de observar seu “velho” com a mesma profundidade com que você costumava observá-lo quando ainda era uma criança... Assim, talvez, você volte a sentir nele a mesma força emanadora, que outrora fazia o seu medo se dissipar, completamente.  
O pai dá a sensação
de liberdade com segurança
Pai, um nome tão pequeno para alguém com tanta relevância e responsabilidade. Como poderia eu esquecer que foi o meu pai que me ensinou a gostar de salada, também foi ele que me fez entender que nenhum homem, por mais que tenha "títulos" e/ou dinheiro, é superior a outro. Meu amado pai, que mal sabia ler, possuía toda a sabedoria de um grande mestre. Era ele que tinha, com a sua voz firme e protetora, a difícil tarefa de aplacar as dores e de resgatar o equilíbrio, diante do caos infantil, que por vezes se instalava dentro de mim. Atitudes dignas que me trazem à mente a frase de Sigmund Freud "Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai."
Todavia, existem aqueles homens que optam pela paternidade consciente e solidária, isto é, sujeitos que adotam os filhos que outros homens, por motivos variados, não puderam criar. Essa divina decisão confere a eles uma intrínseca particularidade: a capacidade do amor paterno, sem o pretexto biológico, porém humano; e assim, têm a generosidade e a possibilidade de passarem adiante tudo aquilo que aprenderam ao longo de suas jornadas. Portanto, é por meio dessas experiências que esses pais, de fato, por amor e opção, podem apontar os caminhos mais apropriados ao desenvolvimento humano dos seus filhos, sendo eles biológicos ou não, já que possuem no seu âmago essa inerente generosidade.
Em resumo, embora, muitas vezes, não se perceba ou as situações do cotidiano ou suas fraquezas humanas obscureçam essa condição, a presença do pai, ainda assim é imperiosa à vida de um filho, que sem a sua presença pode desenvolver uma carência afetiva e emocional. Então, neste domingo, muito mais do que presentes, dê um enorme e afetuoso abraço naquele que merece todo o seu amor e respeito.

 Honre seu pai, sempre!

AOS PAIS, DIGNOS E GENEROSOS, IGUAIS AO MEU, LUZ E PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE!

CURIOSIDADES 


Repouso pós-parto
Em algumas tribos indígenas brasileiras, é costume o pai manter resguardo no lugar da mãe que deu à luz. São quase dois meses de descanso, com alimentação leve e abstenção de sexo. Também para ele são destinados os presentes dados pelos membros da família. Costume machista? Nada disso. É que, para essas sociedades, o pai é o responsável pela existência do filho. O bebê só cresce e se fortalece no útero materno por causa das constantes "visitas" do futuro pai à sua mulher. Esse grande esforço de nove meses de relações sexuais constantes exige repouso, para renovar as energias físicas.
Responsabilidades religiosas
Na cultura judaica tradicional, o pai é responsável pela educação religiosa dos filhos. O destaque fica para a educação do menino, que, a partir dos 7 anos, começa a aprender os rituais religiosos. Com 13 anos, o pai o leva à sinagoga, onde, depois da cerimônia conhecida como Bar-Mitzva, o garoto se torna membro efetivo e participante da comunidade. Nas famílias judaicas, exemplos de patriarcalismo, os pais recebem todo o respeito e obediência dos filhos
Tradição oral
Entre os ciganos, a figura paterna tem papel de destaque. Cabe ao pai a decisão final sobre qualquer atitude dos filhos e é ele quem supervisiona a educação que a mãe dá às crianças. É também o pai quem se encarrega de ensinar aos meninos as técnicas de comércio, forma milenar de sobrevivência do povo cigano. Numa cultura que valoriza a tradição oral, o pai tem o dever de passar para sua descendência os conhecimentos adquiridos nas gerações passadas, como tocar instrumentos musicais (acordeão, violão e violino), fazer artesanato de cobre e falar a língua de seu povo, o romanês. Também é ele quem decide sobre o casamento dos filhos. Namoro? Nem pensar. Os pais da noiva e do noivo se reúnem e definem o dote, pago pela família do futuro marido. O poder do pai sobre os filhos só acaba em caso de casamento desfeito. Nessa situação, o pai não pode mais ver os filhos pelos próximos dez anos. O fim do casamento representa o fim da paternidade.



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A fogueira das vaidades



Em
situações, engendradas pelo ego, e com a óbvia intenção de buscar maior notoriedade, muitos “famosos” se aproveitam de importantes ferramentas de comunicação, oferecidas pela internet, para expor suas controversas opiniões, garantindo dessa forma sua permanência na mídia. Assim, soltando o “verborrágico”, fazem valer a premissa de que quem não é “polêmico” não é lembrado. E vale tudo para estar no tapetão, até mesmo puxar o tapete dos outros, com ofensas, acusações, provocações, ironias... Esses péssimos exemplos acabam influenciando e inflamando fãs e seguidores a aderirem aos oportunos “barraqueiros”. Essa lavação de “roupa suja” geralmente descamba para baixaria, evidenciando que os tais célebres não têm nobreza alguma de caráter. Dentro dessa panorâmica, se pode afirmar que o twitter, esse relevante e inovador instrumento tecnológico, mesmo tendo elevado à escrita à oficina dos pensamentos, contribui significativamente para a disseminação desses “bate-bocas” virtuais. No entanto, as “pérolas” proferidas pelas tais celebridades têm como único objetivo a propagação, a qualquer custo, da auto-imagem à sociedade. A fama e os holofotes são seus principais focos, nem que para mantê-los acesos sejam usados dispositivos de apelação. Isto me faz lembrar a frase, título da música de Ataulfo Alves, Falem mal, mas falem de mim...” Portanto, é a potencialização dessa premissa que leva o indivíduo a sabotar sua própria privacidade. A extensão desse raciocínio leva a pensar que a vida para alguns famosos é um eterno palco, onde a fogueira das vaidades precisa constantemente ser atiçada; ainda que eles possam ser queimados pelo desatino em alimentá-la com o combustível saído de suas ferinas palavras, geralmente incendiárias, enquanto imbecis e desconexas. Certamente se Platão vivesse, nos dias atuais, sentir-se-ia frustrado por tanta mesquinharia, já que a ele é atribuída à frase: “Pessoas normais falam sobre coisas, pessoas inteligentes falam sobre ideias, pessoas mesquinhas falam sobre pessoas. Como a maioria dos comentários postados à rede falam sobre coisas ou pessoas, então, se pressupõe que a capacidade intelectual desses “notáveis”, que se julgam superiores aos demais, está abaixo do nível almejado. Contudo, através desses mecanismos tecnológicos, os fãs conhecem, efetivamente, enquanto “seguidores”, seus ídolos, seres humanos, tão complexos e falíveis, como aqueles que os idolatram. 
Entretanto é devido a procura por uma posição de destaque, de superioridade ou de onipotência – uma marca deste século - que todos anseiam pelos seus cinco minutos de fama. Esse processo de involução se contrasta com a apatia, inoperância e conformismo das pessoas em tratar de assuntos realmente relevantes à sociedade, como a corrupção, política, economia, educação, saúde, segurança, qualidade de vida...
Inseridos nessa “bolha” virtual estão os egocêntricos, ou seja, indivíduos que discutem, entre outras bobagens, os atributos físicos ou os erros ortográficos daqueles a quem costumam seguir e/ou perseguir. Enfim nada que seja produtivo ou positivo. O sujeito, vivendo nessa esfera virtual, ainda que desprovido de corpo, tem deixado o ciberespaço similar aos filmes de faroeste, onde bandidos e mocinhos atiram para todos os lados, e entre “mortos e feridos”, a integridade moral/social é a única verdadeiramente atingida. O que chama a atenção nesse caso é o erro à exposição pela repetição, isto é, todos os dias manchetes anunciam os barraqueiros com “pedigree”, pessoas que se desgastam ao provocarem discussões desnecessárias. Essa modalidade nova de comentar a vida dos outros ou de se envolver em intrigas/fofocas através de mensagens postadas à internet, só prova que o ser humano, famoso ou não, ainda não aprendeu que a estrutura do caráter não se constrói em cima de frivolidades, mas sob a base de valores contundentes à dignidade humana, como o respeito ao próximo. Portanto aproveite esse tempo de comunicação digital para discutir possibilidades para um mundo mais igualitário e  justo socialmente. ABAIXO AS BAIXARIAS!!!...